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XXXIII CONGRESSO BRASILEIRO DE CEFALEIA
Headache Medicine, v.10, n.3, p.80-172, 2019
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aumento de sintomas de dor e sensibilidade muscular 
em pacientes com migrânea. No entanto, ainda não é 
conhecido se a redução da amplitude de movimento 
cervical observada nos migranosos também se 
correlaciona com os sintomas psicossociais. Objetivo: 
Investigar diferenças entre os níveis de depressão e 
cinesiofobia em pacientes com migrânea e indivíduos 
saudáveis, além de avaliar a correlação entre a amplitude 
de movimento cervical e estes dois fatores psicossociais. 
Materiais  e Métodos: Setenta mulheres com migrânea 
(GM) e 32 mulheres saudáveis (GC) foram avaliadas. 
As participantes tinham idade entre 18 e 55 anos, o 
grupo de migrânea foi diagnosticado segundo critérios 
da  Classicação  Internacional  das  Cefaleias  e  o  grupo 
controle não apresentava relato de cefaleia. O Multi 
Cervical Unit® (Hanoun Medical Inc., Ontario) foi utilizado 
para mensurar a amplitude de movimento (ADM) cervical 
nos planos frontal, sagital e transversal. Cada movimento 
foi repetido três vezes em ordem aleatorizada por 
sorteio. A avaliação de depressão e cinesiofobia foi 
realizada com a aplicação dos questionários Patient 
Health Questionnaire (PHQ-9) e Escala Tampa para 
Cinesiofobia (TSK), respectivamente. A pontuação dos 
questionários e graus de ADM foram comparados entre 
os grupos com o teste Mann-Whitney, e a correlação 
entre  as  variáveis  foi  vericada  por  meio  do  Teste  de 
Correlação de Pearson (p<0,05). Resultados: Não houve 
diferença entre os grupos quanto à idade (p>0,05). O 
grupo migrânea apresentou maior pontuação do PHQ-9 
(GM 8,3±5,9 pontos, GC 2,8±3,1 pontos, p<0,00) e TSK 
(GM 37,4±8,9 pontos, GC 28,9±7,4 pontos, p<0,00) e 
menor ADM em todos os movimentos em comparação 
ao grupo controle (Plano sagital GM 109,7±15,0 graus, 
GC 116,9±10,9 graus, p=0,02; plano frontal GM 92,5±16,2 
graus, GC 101,1±14,9 graus, p<0,00; e plano transversal 
GM 128,5±22,1 graus, GC 139,9±19,8 graus, p=0,02). O 
grupo migrânea apresentou correlação negativa fraca e 
moderada entre a pontuação do PHQ-9 e a ADM cervical 
nos planos frontal e transversal, respectivamente (PHQ-
9 e ADM plano frontal r=-0,28, p<0,02; PHQ-9 e plano 
transversal r=-0,42; p<0,00). Não houve correlação 
entre a ADM e a pontuação do TSK. O grupo controle 
não apresentou correlação entre as variáveis. Conclusão: 
Pacientes com migrânea apresentam menor amplitude 
de movimento cervical e maiores escores de depressão 
e cinesiofobia do que indivíduos controle. Além disso, na 
migrânea, a amplitude de movimento cervical é menor 
em pacientes com maior nível de depressão, porém o 
mesmo não acontece com os níveis de cinesiofobia.
Palavras-chave:  Cefaleia. Cervical. Cinesiofobia. 
Depressão
COMPARAÇÃO DA INTENSIDADE DE 
DESCONFORTO VISUAL E AUDITIVO 
ENTRE OS SUBTIPOS DE MIGRÂNEA
MOREIRA  Jessica  Rodrigues
1
,  PINHEIRO  Carina  Ferreira
2
, 
MACIEL Nicoly Machado
3
, CARVALHO Gabriela Ferreira
4
, DACH 
Fabiola
5
, ANASTASIO Adriana Ribeiro Tavares
6
, BEVILAQUA-
GROSSI Débora
7
1 
Aluna de graduação do curso de Fisioterapia, Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo.
2
 Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
3
 Fisioterapeuta, Mestre, Aluna de doutorado do Programa de 
Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional da 
Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto
– Universidade de São Paulo
4
 Fisioterapeuta, Doutora, Pós-doutoranda na Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
5
 Médica, Doutora, Professora Doutora do Departamento de 
Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de 
Medicina de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
6
 Fonoaudióloga, Doutora, Professora Doutora do Departamento 
de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão 
Preto – Universidade de São Paulo, Brasil
7
 Fisioterapeuta, Professora Titular do Departamento de Ciências 
da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto – 
Universidade de São Paulo, Brasil
Contato com autor: Moreira Jessica Rodrigues
E-mail: jessica_.rodrigues342@hotmail.com 
Endereço: Avenida Governador Lucas Nogueira Garcez, 370 
– Parque Residencial Cidade Universitária, Ribeirão Preto, SP – 
14051-510
Fonte nanciadora: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado 
de São Paulo - Fapesp (processo n. 2017/20902-0).
Introdução:  Fotofobia e fonofobia são sintomas 
frequentemente apresentados pelos indivíduos com 
migrânea. Além de serem altamente incapacitantes 
durante a crise, ainda se manifestam em menor 
intensidade no período interictal, porém não foi 
investigado se são percebidos de forma diferente entre 
pacientes com diferentes apresentações da migrânea. 
Objetivos: Comparar a percepção do desconforto visual 
e auditivo durante a realização de atividades diárias entre 
mulheres com migrânea com aura, sem aura e crônica e 
um grupo controle. Métodos: Foram incluídas 18 mulheres 
com migrânea sem aura (MsA) com 32,0 ± 9,2 anos, 15 
migrânea com aura (MA) com 32,6 ± 7,8 anos, 16 migrânea 
crônica (MC) com 32,9 ± ± 9,6 anos e 22 mulheres sem 
queixa de dor de cabeça (GC) com 30,3 ± ± 8,9 anos. Todas 
as voluntárias foram questionadas quanto à intensidade 
de desconforto visual e auditivo durante a realização 
de atividades diárias, utilizando uma escala entre 0 e 
10, em que 0 representa nenhum desconforto, e 10 o 
desconforto máximo. As pacientes com migrânea foram 
orientadas a responder baseando-se no período sem dor 
de cabeça. O estudo foi aprovado pelo comitê de ética 
em pesquisa sob o processo 16210/2015. Os grupos foram 
comparados com ANOVA e post-hoc de Tukey (p<0,05). 
Resultados: Dentre as atividades com estímulo visual, os 
grupos migrânea com aura e crônica apresentaram maior 
intensidade de desconforto do que o grupo controle nas 
questões “Realizar atividades sociais” (MC 2,7±2,8, MA 
2,7±2,7, MsA 1,8±2,9 e GC 0,2±0,8, p=0,00) e “Caminhar 
durante um dia ensolarado” (MC 3,9±3,1, MA 3,8±2,9, MsA 
2,3±2,8 e GC 1,3±1,9, p=0,01). O grupo MC ainda relatou 
maior desconforto do que o grupo controle na atividade 
“Dirigir” (MC 4,7±3,1, MA 4,2±3,6, MsA 2,8±3,3 e GC 1,8±2,2, 
p=0,03), e não houve diferença entre grupos na questão 
“Assistir TV ou ir ao Cinema” (p>0,05). Na avaliação de 
10(3).indb   98 21/10/2019   18:53:47